Mais de 50 anos depois da primeira aterragem na Lua, o programa Artemis começou a viagem de volta à Lua.
Neste contexto de novo impulso à exploração espacial, Makoto Suwa e Ayu Yoneda passaram com sucesso num dos processos de seleção mais rigorosos do Japão.
Depois de concluírem a sua formação básica, ambas foram oficialmente nomeadas astronautas da Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA) em outubro de 2024. Como parte da sua formação, a Nikon ministrou-lhes um curso especializado em fotografia.
Como é que a Nikon pode aproveitar o poder da imagem para ampliar o nosso conhecimento sobre o espaço e a Terra?
Nikon e JAXA
A exploração espacial está a avançar a um ritmo sem precedentes. O que antes era só ficção científica está a tornar-se rapidamente realidade, com cidadãos comuns a prepararem-se para viajar para o espaço. No entanto, apesar de décadas de investigação, só uma pequena parte dos mistérios do universo foi desvendada; a maior parte continua a ser um enigma.
As câmaras sempre foram uma parte fundamental da exploração espacial. A fotografia e o vídeo transcendem o tempo e a distância, enriquecendo o nosso conhecimento e influenciando a sociedade de inúmeras maneiras. No espaço, capturar imagens não se limita à documentação; fornece dados cruciais para a investigação científica, melhora a segurança e o conforto da sociedade e continua a inspirar pessoas em todo o mundo. Mesmo nesta nova era do turismo espacial, a sua importância continua tão relevante como sempre.
Durante muitos anos, a Nikon tem fomentado a curiosidade pelo espaço e pelas ciências naturais através das suas câmaras e telescópios, apoiando a educação e inspirando as futuras gerações. Além disso, a empresa tem contribuído para o desenvolvimento da tecnologia espacial, incluindo o design de módulos para satélites.
Agora, a Nikon assumiu um novo desafio: treinar os astronautas da JAXA em fotografia, consolidando assim o seu papel no avanço da ciência espacial.
Formação em fotografia para o espaço
Tudo começou com um pedido da JAXA através de uma agência: «Gostaríamos que treinassem os nossos astronautas em fotografia». A tarefa da Nikon era ensinar os astronautas a usar as câmaras de forma eficaz e a tirar fotos em várias condições e situações, garantindo a sua capacidade de se adaptar a diferentes ambientes e objetivos. Capturar imagens no espaço é uma tarefa de grande responsabilidade: cada foto é inestimável e não há margem para erros. Apesar dessa pressão, a Nikon aceitou o desafio, ansiosa por contribuir, e colocou o plano em prática.
O primeiro passo foi escolher o equipamento certo para o treinamento. Para que as sessões fossem o mais práticas possível, a Nikon escolheu a câmara Z9 e as lentes NIKKOR Z, os mesmos modelos usados a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Em estreita colaboração com a JAXA, a equipa desenvolveu um programa de formação abrangente, que incluiu não só as competências fotográficas essenciais, mas também os desafios específicos da fotografia no espaço.
*No momento da candidatura e da formação, os astronautas ainda eram candidatos..
Da esquerda para a direita: Ayu Yoneda, Makoto Suwa
Os astronautas fazem várias missões, desde mandar informações para a Terra e documentar experiências científicas até fazer atividades de divulgação científica. Para prepará-los para essas tarefas, criaram um programa de treino que simula as condições reais de fotografia a bordo da Estação Espacial Internacional. O programa, que foi realizado em quatro sessões numa réplica em tamanho real do módulo de laboratório “Kibo” no Centro Espacial de Tsukuba, combinou teoria e prática. Os astronautas aprenderam a manusear a câmara, técnicas de fotografia e vídeo, como focar com precisão e como usar o flash de forma eficaz.
Um dos pontos principais do programa foi a forma como foi organizado, com quatro sessões. Em vez de tentar encaixar tudo num curso curto e intenso, as sessões foram programadas com um tempinho entre elas. Entre uma sessão e outra, os astronautas recebiam câmaras para usar no dia a dia, o que ajudava a se familiarizar com o equipamento através da prática regular.
Outro ponto importante foi a fotografia com um objetivo específico: entender o público-alvo das imagens e a mensagem que se quer passar. No espaço, cada imagem tem uma função específica e não dá para errar. Os astronautas precisam decidir se vão fotografar paisagens, documentar dados científicos ou tirar selfies para passar informações para o público. Se o objetivo é só registrar dados, as funções automáticas das câmaras modernas podem fazer boa parte do trabalho. No entanto, os astronautas precisam ir além para cumprir as suas missões: eles precisam transmitir à população em terra uma visão ainda mais precisa da realidade espacial. Por isso, tirar uma fotografia envolve muito mais do que simplesmente pressionar o botão do obturador; eles precisam entender os ajustes da câmara, adaptar-se a diferentes condições e refletir criticamente sobre como transmitir as suas experiências, além do que indicam os manuais de instruções. Graças à sua longa trajetória em missões espaciais — fornecendo câmaras e lentes para a Estação Espacial Internacional —, a Nikon elaborou meticulosamente o seu programa de formação para preparar os astronautas para uma ampla variedade de situações fotográficas.
As sessões foram dinâmicas e interativas, com a participação ativa dos dois astronautas, que também fizeram perguntas. Depois de terminar o programa, eles partilharam as suas impressões:
«Treinar com o mesmo equipamento que é usado na ISS foi super valioso. Na ausência de gravidade, a nossa perceção espacial é completamente diferente daquela que temos na Terra. A Nikon deu-nos conselhos práticos, como: “Manter a câmara estável será difícil; fixá-la a um suporte pode facilitar a captura de fotografias”. Esses conselhos ajudaram-me a entender melhor cada etapa”, comentou Suwa.
«Compreendi a importância de ter em conta a quem se destinam as imagens e que mensagem queremos transmitir», acrescentou Yoneda. «Receber lições diretas permitiu-me compreender não só quais os ajustes a utilizar em cada situação, mas também porquê. Esta experiência fez-me apreciar ainda mais a fotografia e espero poder partilhar com todos na Terra, da forma mais vívida possível, o que vemos e sentimos no espaço».
Depois de terminarem o treino, que novas perspetivas esses dois astronautas vão nos oferecer no futuro?
«Esses dois astronautas, que vão marcar um marco na exploração espacial, são verdadeiros pioneiros que vão ajudar a moldar o nosso futuro», diz um membro da equipa da Nikon. «As imagens do espaço que eles vão capturar com as suas câmaras vão nos inspirar e nos dar uma nova visão da Terra. O material audiovisual que gravarem no espaço vai contribuir para o progresso científico e aproximar-nos da realização dos sonhos da humanidade. Este treino reafirmou a importância fundamental da imagem nas missões espaciais e enche-nos de orgulho se o nosso trabalho contribuir para estreitar a ligação entre o espaço e a Terra.»
Da esquerda para a direita: Shinichi Furukawa, Masahiko Inoue e Hirobumi Suzuki, de Nikon.
Quando se trata de descrever algo que as pessoas nunca viram, as palavras por si só muitas vezes não são suficientes para transmitir a realidade completa. Por exemplo, dizer «a Terra parecia azul» não tem o mesmo impacto que mostrar uma imagem que reflita exatamente a sua aparência. As imagens comunicam muito mais e o seu efeito no espectador pode ser enorme: podem despertar admiração, inspirar ou motivar à ação. A fotografia e o vídeo têm esse poder e, na Nikon, o nosso objetivo é garantir que esses momentos possam ser documentados adequadamente, mesmo em ambientes extremos como o espaço.
Como parte da nossa estratégia de sustentabilidade, na Nikon focamo-nos em «contribuir para a sociedade através da criatividade» e «criar valor social através de tecnologias inovadoras». Com um programa de formação como este, a Nikon aspira apoiar os sonhos da humanidade, aproveitando a experiência adquirida com as câmaras que viajaram para o espaço para melhorar o desenvolvimento de futuros produtos e contribuir para o avanço da ciência espacial.